quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Encouraçado Potemkin

Um filme é um filme é um filme. Mas o que um filme de fato é deve muito a um certo cara russo, que no pós-revolução-comunista da Rússia do início do século XX, fez e pensou o cinema de uma maneira que nunca fora vista. Pode-se dizer, de fato, que Sergei Eisenstein foi o primeiro grande pensador da Sétima Arte. Antes dele, os Irmãos Lumiére e George Meliés haviam criado e desenvolvido a técnica cinematográfica. Um pouco depois, D. W. Griffith provou que era possível contar uma longa história no celulóide. Mas foi Eisenstein quem primeiro refletiu sobre a prática cinematográfica, e quem introduziu uma variedade de métodos narrativos que são utilizados até hoje.

O Encouraçado Potemkin narra o acontecimento histórico da rebelião dos tripulantes do navio de guerra russo de mesmo nome, no fim da era czarista, considerado um dos acontecimentos que precederam a Revolução Russa em 1917. Obviamente, como era de praxe no governo comunista, alguns fatos foram alterados, mas, para além das panfletagens ideológicas, o filme constitui, de fato, um libelo contra a opressão, os maus tratos, o totalitarismo, e a violência. A arte de Eisenstein era grande o suficiente para ir além de alegorias políticas.

Tecnicamente, o filme é um êxtase para os cinéfilos. A montagem inovadora imprime ao filme um ritmo muito ágil (embora hoje ele possa até ser considerado muito parado), e apresenta novas maneiras de contar uma história: imagens sobrepostas, cortes rápidos, sombras, planos diferentes. A cena das Escadarias de Odessa, em especial, é tão antológica que é impossível falar de cinema sem falar dela. É de chorar. Mesmo. Vejam e comprovem o que eu estou dizendo...
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