O assunto desse texto – agora sim – é o filme Uma Rua Chamada Pecado, dirigido por Elia Kazan e baseado na peça Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams. Esse filme se destaca por ser uma faceta de um clássico em não uma, mas três artes: a literatura, o teatro e o cinema. Escrita por Williams com um realismo inédito no pós-guerra, a peça conta a história de Blanche Dubois, que chega à casa da irmã, Stella,
Infelizmente, o filme foi prejudicado pela censura da época, e acabou deixando extremamente subentendidas certas coisas da peça. É bom notar que a censura nos EUA, nessa época (e em todas as outras, a bem da verdade), se dá de fato com o consentimento da população. Não que o governo proíba as obras (a não ser em casos extremos), mas órgãos religiosos e políticos as classificam segundo seus índices, levando muito dos possíveis telespectadores a ignorarem o filme, livro ou o que for por questões moralistas.
Ainda assim, esse prejuízo no caso é mínimo. As principais idéias da peça estão lá, gritando, e se tornam ainda mais perceptíveis pelos olhos de hoje, ainda que talvez não causem o mesmo impacto. O mesmo impacto não por ser menor, e sim por ser diferente. Como diz um estudioso nos extras, as peças de Williams não tiveram ainda uma versão definitiva, nem provavelmente vão ter. A cada época, suas interpretações e seu recado mudam.
Entretanto, essa versão, com Marlon Brando, Vivien Leigh, Kim Hunter e Karl Maden nos papéis principais, chega bem próximo disso. Houve depois outras versões, em filmes para TV, mas essa sem dúvida é a mais notória e, a parte as adaptações teatrais, é um verdadeiro clássico imortal da sétima arte. O desejo e a luxúria ardem a cada linha de diálogo, a cada cena. As imagens psicológicas de cada personagem saltam da tela. Não há concessões. O que se mostra é puramente a realidade, as coisas como elas são. E ponto final.
Um comentário:
aeaeaeae Tuma
belo comentário sobre o filme! vc conseguiu resumir bem...
beijos
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