sábado, 16 de fevereiro de 2008

Dissertação 1.0

Escrita para a escola, essa foi a primeira versão completa. Mas ela fugia muito do tema, perdia o foco. Esse aliás é o meu maior problema para escrever dissertações. Escrevi então uma versão "definitiva" (ou seja, que será entregue), mas tampouco gostei desta. Anyway, vocês terão acessos a ambas. Quão triste!

A proposta era, em termos gerais: Você concorda que o ato de "ficar" é a principal causa da gravidez precoce?
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Segundo a ginecologista Albertina Duarte Takiuti – coordenadora do programa Saúde do Adolescente, da Secretaria de Estado da Saúde, especialista sobre gravidez na adolescência – o hábito juvenil de “ficar” é a principal causa dos crescentes índices de prenhez precoce. De acordo com a doutora, tal situação não se deve à falta de informação. Se assim fosse, como explicar que 40% das adolescentes que tiveram um filho voltem a engravidar dentro de três anos? Afinal, elas não só foram informadas como sentiram na pele essa “informação”.

A questão é que o “ficar”, por suas características, é causa primordial do problema da gravidez precoce, mas também sintoma do mundo atual. É uma relação rápida, fácil e inconseqüente. Se conhece uma outra pessoa, e segundos depois já se está beijando-a, sem saber se ela tem alguma doença, por exemplo. Além disso, não há nenhuma necessidade de continuidade na relação. Ela é momentânea, desconexa de qualquer passado ou futuro. E de beijar um desconhecido a fazer sexo com um, não é preciso muito.

Seis décadas atrás, um olhar, um toque, já era motivo de gozo, especialmente para os românticos, e ir além disso era um desrespeito. Veio então a Revolução Cultural das décadas seguintes, que não por acaso se estendeu por quase todos os campos de alcance humano. Foi uma Revolução de costumes, sexual, artística: completa, que jogou a humanidade diretamente na Era Digital, agora com total liberdade para que cada um agisse como bem entendesse, e com meios – a Internet e similares – para tanto.

A despeito da questionável hipocrisia do “Mundo Livre” ou “Aldeia Global”, o fato é que os humanos não estavam acostumados a tanta liberdade. Assim, tomaram como hábito certas atitudes sem antes questionar-se sobre suas conseqüências. Daí adveio um certo desligamento de valores éticos fundamentais, não dependentes de uma religião ou ideologia, mas inerentes ao próprio ser humano, sobretudo o respeito pelo próprio corpo e pelo corpo alheio.

Desse modo, a “liberdade” se tornou “anarquia” sexual, o que ocasionou a total indiferença pela conseqüência de cada ato. Tal situação talvez já existisse em menor medida, mas a liberdade (mal interpretada como ausência de responsabilidade) possibilitou que novos atos, mais abrangentes, tomassem parte no cotidiano. Debalde, muitos se esforçaram por criar uma consciência sobre essas atitudes. Infelizmente, eram na maioria – ainda são, na verdade – levados por um ímpeto conservador, retrógrado, e não construtivo, o que fez com que os anarquistas sexuais os rechaçassem fortemente. Hoje, vêem-se as conseqüências disso: o aumento da gravidez adolescente, a proliferação de DST’s, e a banalização do ato sexual, todos efeitos colaterais da situação supracitada: a falta de respeito e de responsabilidade consigo mesmo e com os outros. A única regressão possível está acontecendo, lentamente, graças à pungência da realidade, que pode transformar barulhentos humanos clamando por liberdade irrefletida em graves adultos maduros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Só fugiu um pouquinho do que foi pedido... hehehe
Mas essa sua retrospectiva sobre algumas coisas relacionadas ao tema ficou legal! xDD
Ano passado eu tive que fazer uma redação com o tema bem próximo... desanimei na hora xD
Fiz em 5 minutos, resultado: 6
ahuhuiauhiahuahuahu