O tratamento que ele dá aos anos 60 não é especialmente crítico, tendo como maior pretensão mostrar os ideais da época, ou como é dito em uma das músicas: “Beads, flowers, freedom, happiness”, tudo isso claro regado a toneladas de drogas, especialmente as alucinógenas. Mas há sim momentos em que se mostra as conseqüências do modo de agir dos “true hippies” do filme.
As músicas e os números musicais estão ótimos, traduzem muito do discurso do filme (e de vários personagens) de uma maneira precisa. E Forman é um diretor primoroso (ganhou duas vezes o Oscar), e dá ao musical uma consistência fascinante. Dos atores também não há o que reclamar, estão muito à vontade nos papéis, mesmo o filme sendo de 1979, praticamente vinte anos após os eventos narrados na história.
E a questão da guerra, embora só apareça mais tardiamente no filme, é mostrada de uma forma surpreendente. Difícil não prender a respiração em uma das últimas cenas, e soltar um suspiro de pena ao conhecer seu desfecho. Sim, “Hair” cumpre perfeitamente bem seu papel de mostrar como a guerra afeta os seres humanos que ficam “em casa”, enquanto seus pais, filhos, irmãos, namorados, maridos vão à guerra. A cena do cemitério é a mais impactante nesse sentido. Apesar disso, “Hair” é extremamente otimista. A alegria, a liberdade, a união, a compaixão, são valores fundamentais do ser humano. Exercitá-los é o caminho. Let the sunshine in, folks!
Um comentário:
Sendo o filme de 1979, não se passa vinte anos após os acontecimentos ocorridos... pelos meu cálculos, apenas 10..
excelente texto, parabens...
a ultima cena realmente.. é indescritivel.
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