sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Across the Universe

Completamente maluco. Assim posso definir esse filme que se baseia em uma idéia tão óbvia, mas tão óbvia, que a única explicação para não ter sido usada até hoje é que ela é mesmo genial, e não é todo mundo que tem dessas. Across de Universe, da diretora Julie Taymour, usa única e exclusivamente músicas dos Beatles para contar uma fantástica história de amor.

No começo, você até fica com um pé atrás, temendo que o filme seja só uma sucessão de videoclipes, mas logo você se acostuma e entra nessa viagem lisérgica, cujos 131 minutos de metragem passam voando, voando.

Paralelo à(s) história(s) de amor, há um certo comentário político e social, mas apresentado de uma maneira contundente e integrada à trama. Afinal, quem, quem!, na “década que não terminou”, viveu fora de todas as revoluções, contra-revoluções e circunvoluções da música, das artes em geral, do comportamento, da mentalidade, enfim, de praticamente tudo que nos faz humanos!? Os anos 60 foram recheados de guerra, poesia, sangue, música e morte.

Mas isso vem de brinde, afinal, o que importa aqui mesmo são os Beatles, e como eles aparecem. A começar pelos personagens principais. Jude (Hey Jude) é um garoto de Liverpool que vai para a América em busca do pai, que fecundou sua mãe na Segunda Guerra e tratou de voltar pros EUA. Ao chegar em Princeton e encontrar seu pai, conhece também Max (Maxwell Silver Hammer), por cuja irmã, Lucy (Lucy in the Sky with Diamonds), que perdeu o namorado na Guerra do Vietnã, ele se apaixona. Max tem também uma outra irmã, Julia (da música homônima). E, num jantar de família, até Jack Kerouac é citado! Mais Beatles impossível.

Completando o time, temos Jo-Jo (Get Back), que perdeu o irmão em um confronto urbano e vai para a cidade. O cara é igualzinho Jimi Hendrix, até pela profissão: como guitarrista, se junta à banda de Sadie (Sexy Sadie), a senhoria de Max e Jude, com quem tem um caso. E por último, Prudence aparece, uma menina serelepe mas que, apesar do belíssimo momento em que sua música tema, Dear Prudence, é cantada, não mostra a que veio.

Enfim, é informação até dizer chega, mas que vem de uma forma muito natural e divertida. E dá-lhe participações especiais. Bono Vox, interpretando o guru do ácido Dr. Robert, entoa I Am The Walrus, e leva a trupe para uma viagem (em todos os sentidos possíveis), onde encontram Mr. Kite (Being For The Benefit of Mr. Kite), cujo circo mais parece uma daquelas cabanas-suadouro indígenas, e é interpretado pelo comediante Eddie Izzard. Finalmente, temos Joe Cocker num papel triplo de cafetão-hippie-mendigo, cantando com sua voz (que já transformou With a Little Help From My Friends) a fodástica Come Together, e Salma Hayek, que como seis enfermeiras faz os feridos de guerra delirarem com Happiness is a Warm Gun.

De ressalvas ao filme, somente que a canção de alguns personagens (como Sadie e Jo-Jo e Max) não é cantada, ficando só na referência velada, enquanto algumas coisas desnecessárias – embora divertidíssimas e emocionantes – entraram no pacote. Também senti falta de The End, cujo tema tem tudo a ver com o filme. De qualquer forma, não tenho do que reclamar. É Beatles do ínicio ao fim, 33 canções que nos fazem cantar junto, pular, dançar e tudo o mais, mas é claro, só na nossa cabeça. Um filme tocante, engraçado, delicioso de se ver e muito bem feito, lembrando-nos mais uma vez que all we need is love, e - meu adendo – que no fim, o amor que você recebe é igual ao que você oferece.

P.S.: Sountrack no Amazon.com, pra vocês saberem o que toca.

2 comentários:

Jeh/JK disse...

AAAAAAAAAAAAAHHH

eu quero assistir esse filme ><'

HAHUHUAHAAHAUHAUHAUHHUAHUAHUAHUUAHHAHAUA mais Beatles impossível!!!!

Tô vendo que só deve dar beatlemaníaco no cinema... D+++++++++!!

Eles merecem, sinceramente, merecem xD

x*****

Le disse...

MUUUUUUUUUUUUITO BOM!