terça-feira, 16 de setembro de 2008
Music seems to help the Pain #1 - Oi!
por Rodrigo Ciampi
Talvez seja esta a qüinquagésima nona oratória que inicio sem obter sucesso, ou ao menos um desfecho digno. E tenho motivos dignos para tal. Afinal, não redijo em lugar nenhum. Minha tarefa é para com os leitores de um blog que exige muito do escritor em questão, dedicação integral a retórica (ao menos se você for o Tuma). Além do mais, sou brasileiro e, agindo como um caridoso patriota, honro a tradição de fazer o que se pode fazer hoje sempre amanhã. E por esse motivo, não hesitei em deixar para o último dia, às 11h15 da manhã, em meio de uma importantíssima aula de Geopolítica, (de fato, não sei mentir) a feitura desse texto.
Enfim, cá estou. Conjeturei, refleti, arquitetei demasiadamente a forma de meu primeiro post; todavia, a única conclusão concreta que cheguei foi que, como de costume entre pessoas que não se conhecem, devo me apresentar. Estou registrado como Rodrigo Kenji Kuroki Ciampi, e contaram-me que este é meu nome; resolvi acreditar; e é de meus submissos e obscuros vocábulos que se beneficiarão as terças-feiras deste blog. Logo vos adianto: o mais simplório texto do Tuma ou da Lê ( Sib) está muito além em horizontalidade do meu humilde léxico. Entretanto, o meu intuito é justamente este, aproximar-me do leitor com minha linguagem mais básica e trivial. Antes que me torne fastidioso,vamos realmente ao que interessa: A música. Quando solicitei este espaço semanal para o Tuma, não tinha em mente ainda nenhuma pretensão em qualquer assunto. Entretanto, chegamos à conclusão que o único tópico onde talvez hei de me destacar perante a tantos outros textos que serão postados por ele durante a semana, seria a música. Seria inviável argumentar, por exemplo, sobre outras artes, como cinema ou literatura. Finalmente, que os leitores, a MTV, e eu mesmo me perdoem por isto, mas “Então tá, vamos falar de musica”. No meu espaço semanal, irei falar sobre tudo o que abrange a música, e ceder o pouco que conheço sobre música, crítica de CDs novos, avisos de shows, histórias propriamente ditas, e “outras coisitas mais”.
Acredito piamente ser de suma importância no dia de minha apresentação narrar-lhes pelo menos um mínimo de forma sucinta minha trajetória perante a música. Tomei a liberdade de transformar a minha história em uma epopéia emocionante.
Primeira lembrança: Logo aos 10 anos, o franzino Rodrigo, pequerrucho do cabelo espetado, por um colapso do destino, caiu de pára-quedas, e acabou por contemplar o show de uma banda cover de escola que tocava Iron Maiden. Ninguém ali sabia, muito menos ele, que extasiado pelo poder de “Fear of the Dark”, sua vida transformaria-se naquele momento, para sempre. Dali pra frente, por si, ele busca informações sobre o que seria aquilo que tinha hipnotizado-o, e que há dias não saía de sua cabeça. Tudo aquilo que já tinha ouvido agora fazia sentido, crescer ouvindo o LP dos Beatles agora tomava o seu devido lugar na história, aquilo era bom, e ele sabia disso, aquilo era Rock’n’Roll. Os anos, por conseguinte, abririam o leque de tudo aquilo que se relacionava ao rock’n’roll, do estudo do violão e canto, a cada biografia dos gênios perpétuos da musica. Os dois anos que agora vêm são os anos decisivos, no estilo e comportamento do garoto. Era a fase do metal para ele: do black ao heavy, do power ao progressivo.
Maiden, Saxon, Sabath (ainda que não entendesse a banda de Ozzy como metal propriamente dito), Angra, Shaaman, Avantasia, Blind, Iced Earth, Vader, Marduk, Dream Theather, Tuatha de Dannan, e tantas outras marcaram esta fase, e agregaram à infinita gama da playlist de Rodrigo. Sem nenhuma data pré-definida ou algum acontecimento marcante, veio à tona o chamado rock clássico, e com ele, a música clássica (que vem a ser chamada de erudita por ele), e o J-Rock. Talvez resquícios da infância, onde havia o clássico do pai, e o oriental da mãe, acompanhada do clássico dos estudos de violão. Beatles, Stones, Led, Deep Purple, X Japan, Gackt, Miyavi, Asian Kung Fu, e ainda: Tchaikovsky, Vivaldi, Mozart, Carlos Gomes, Villa Lobos, Beethoven são nomes fortes dessa fase.
Os Estudos musicais intensificam-se ainda mais, porém, infelizmente, o violão, após 4 anos , é deixado de lado, por motivos de força maior. Shows de Angra, Shaaman, ensaios de banda, e muitos outros vieram, porém não foram páreos para um dos melhores dias de sua vida, o delírio de ir ao G3, um evento onde a guitarra é cultuada, onde três guitarristas virtuosos se encontram, para tocar suas próprias músicas e, após isto, se reúunirem ao fim do show para o ápice da beleza, onde o deus Jimi Hendrix é homenageado. Acompanhar três monstros das cordas vangloriando aquele que se não foi um dos maiores gênios da guitarra, foi um grande concorrente, não é para qualquer um. A imagem de Joe Satriani contorcendo-se como uma cobra, Petrucci, num show alucinante, e Eric Johnson, com seu jeitão particular, nunca sairá de sua mente. Foi ali que ele realmente descobriu, a música é a maior aproximação da perfeição que o ser humano pode chegar, é a arte divina do ser humano.
Estamos em 2006, e o indie rock é apresentado a quem para os olhos de muitos é só mais um adolescente rebelde. Os ainda desconhecidos no Brasil Arctic Monkeys, The Strokes, Franz Ferdinand e The Killers (mesmo com o estouro do “hit” Somebody Told Me) são os novos amigos da “eclética” pasta de arquivos musicais.
Foram esses amigos novos que proporcionaram ao garoto, nos dias 28 e 29 de outubro de 2007, o melhor dia de sua vida, o Tim Festival. Evento que contou com as presenças de Killers, Arctic Monkeys, Bjork, Hot Chip, Spank Rock, Juliette and the Licks, além de todas as aventuras. Todavia, esta é uma história pra outro capitulo.
Muitas foram as bandas que se agregaram até o presente momento à vida de Rodrigo, que não pára de estudar, e que toda semana conhece mais e mais, e sabe que tem muito mais a conhecer. Mas uma coisa ele já tem certeza: ele é um apaixonado por música, um fissurado por rock’n’roll.
Nota: Presto minha sincera condolência a toda a nação admiradora de Pink Floyd, pela perda de Rick Wright, que com seus teclados levou o Pink Floyd aos ares. Para os leigos, nesta segunda-feira, vitima de câncer, aos 65 anos, Richard Wright faleceu, após uma curta batalha contra o câncer. Rick sempre foi citado como coadjuvante da banda, mas a presença de seus teclados no som do Pink Floyd é sem duvida importantíssima. Wish You Were Here, por exemplo, teve seus toques se sutileza, e sem eles a música não teria sido tão bem sucedida. Segundo David Gilmour, o guitarrista do Pink Floyd, em seu site oficial: "Ninguém pode substituir Richard Wright. Ele era meu amigo e parceiro musical. A gigantesca contribuição do Rick foi constantemente esquecida.
Ele era amável, modesto e reservado, mas sua voz e modo de tocar comoventes eram essenciais, componentes mágicos do som mais identificável do Pink Floyd.”
Fica então o luto no fim do post, até semana que vem!
.
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13 comentários:
woow, muito bom. MESMO *-*
por mais que você espere do Rodrigo algo muito bom, ele vai acabar te surpreendendo com algo melhor ainda.
adorei o texto.Parabéns !
e viva o tim festival e todas as emoçoes proporcionadas pelo mesmo. viva o passado com poucas semelhanças com o presente e morra em paz mr.wright.
:)
Pelo menos, de tantas tentativas acabou saindo um artigo. Uma hora sempre da certo, não é?
Achei interessante tua idéia de escrever sobre suas fases, dentro do mundo da música. Acredito que todos já gostaram um pouco de cada coisa, pelo menos eu, tenho um gosto muito eclético e sempre fui muito ligada a música. Cada estilo de música acaba retratando períodos da minha vida, cada música me lembra uma sensação diferente ou alguma coisa que ocorrou comigo.
Enfim, boa sorte neste blog. Acredito no teu potencial e sei que você acredita também... pelo menos, eu espero que acredite :} Beijo!
Texto muito bom,
Parabéns!
Fiquei sabendo de detalhes que mesmo andando todos os dias com você na escola nunca pude saber,e posso garantir que seu passado musical é bem interessante.
Abraços
ao contrario da maioria, não vou escrever formalmente pq não to nem um pouco afim ._.
fico bem r0x mey, acho que o unico problema foi voce ter repetido "cancer" no luto ao rick, que aliás, foi muito boa a iniciativa de fazer o mesmo
só que tipo, quando vc falo que escreveria sobre musica e tal, eu esperava que voce fosse contar sobre a historia da musica ou algo do genero e não da sua propia historia.. mas fico r0x tbm :)
acho que num proximo "capitulo" ficaria muito bom uma historia sobre a musica e tal :D
tar0x, nemli
brinks, li sim D:
ótimo texto, di. sério mesmo.
(e viva o preciosismo, hein?)
Hey mann...
fikou mutio vom o post....
tem tudo pra se destacar sim como vc mencionou no começo do post
achei umja boa iniciativa tambem vc ter falado do grande Rick Wright
ficou muito bom msm cara...
sem palavras!
Demais! Biografia musical muito legal a sua /o/
o Rock and Roll e todas as ramificações dele são fantásticas ^^
Rest in Peace Rick Wright =/
Parabéns! Me lembra de aparecer aqui sempre, viu?
Beijos!!!
Excelente, moço ^^
Queria poder falar que crescí ouvindo música boa, mas infelizmente não foi meu caso heiuheiuhr
E bem que podiam fazer um Tim Festival tipo o do ano passado, em 2009, esse ano além de extremamente pobre, tá meio brochado. Quem sabe Killers não volta ao Brasil, na turnê do Day And Age ^^
:***
/diose
me sinto no mínimo lisonjeada pela citação que fizeste sobre meus humildes textos, mas também não é assim né!
à Wright, alguns momentos de meu presente dia foram dedicados à sua memória, mas sigamos.
um belo post inicial, não morra no caminho, ahn?
beijos.
ps. falando de assuntos mais pessoais, quando voce precisa de aulas?
Fantástico! É incrível a maneira como você consegue expor esses fatos e acho que vou aprender muito lendo seus posts semanais que nos envolve eeee. Parabéns por passar todo esse conhecimento!
eu achei ruim o texto, como tudo que o Rodrigo se propõe a fazer.
e música nem é um bom assunto, muito menos rock.
aushauhsa
;D
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