terça-feira, 30 de setembro de 2008
Music seems to help the Pain #2 - O dia em que o rock morreu
por Rodrigo Ciampi
Travis Baker, ex-baterista do mundialmente conhecido Blink 182, e atual Plus 44++, partiu por volta das 18h40 de um aeroporto na Carolina do Sul, Califórnia, na noite de sexta-feira. Com ele, viajavam DJ AM, Chris Baker, assistente de Travis, seu segurança, Charles Still, a piloto e o co-piloto do vôo, Sarah Lemmon e James Bland. Com exceção de Baker e AM, todos morreram na hora. O estado de saúde dos dois é gravíssimo, todavia, a assessoria de imprensa informou com a junta médica nesta tarde que os dois sobreviveram, porém não informou o local onde sofreram queimaduras, e qual será o tratamento para a recuperação dos dois amigos. DJ AM pediu que sua equipe viajasse na sexta-feira, pois sua mulher entraria em trabalho de parto no dia seguinte. E, de fato, no sábado, a mulher de DJ deu à luz.
Após a noticia, cá estou, a fim de iniciar mais uma de minhas tentativas de iniciar mais uma de minhas colunas semanais. As dúvidas sobre o tema do meu post surgiram logo na quarta feira que seguiu-se ao primeiro post. Entretanto, um caso incomum como este de Travis não pode ser simplesmente ignorado, apenas por não agradar-me musicalmente. Nesse caso, decidi contar-lhes o pouco que conheço sobre acidentes aéreos que culminaram com o trágico fim de astros do rock .
Muitos foram os acidentes que marcaram com pesar a música internacional, especialmente o Rock’n’Roll. Tentarei traçar um parâmetro histórico dos maiores e mais chamativos acidentes aéreos que modificaram a história de algum modo.
Buddy Holly, dito por muitos como um dos precursores da música agitada, o rock, após um histórico show de sua turnê, partiu em viagem no dia 2 de fevereiro de 1959. Seria a última vez que pisaria em solo americano com vida. Seu avião sofreu uma queda, e foi destroçado, levando, muito cedo, um gênio da música. Com ele, Ritchie Vallens, o legítimo compositor do hino clássico “La Bamba” (o mesmo que depois foi regravado na década de 80, pelo grupo americano Los Lobos). Este fato inspirou Don McLean, expoente cantor da música folk, a criar a obra “American Pie”, em 1971, uma póstuma homenagem a Buddy Holly, que concretizou o dia 3 de Fevereiro como “O dia que o rock morreu”.
Prosseguindo na funesta linha do tempo deste post, chegamos à catástrofe com os membros do Lynyrd Skynyrd. Em 20 de Outubro de 1977, após um intervalo da turnê de shows junto ao Nazareth, 26 pessoa, dentre elas os músicos, voaram com destino à Louisiana, para um descanso após tantos shows. Falhas mecânicas causaram a queda do avião em uma floresta no Mississipi. Ronnie Van Zant e Stevie Gaines, fundadores da banda, morreram na hora. Cassie Gaines, uma das back vocals da banda, e irmã de Stevie, sofreu um pouco mais. Agonizou por horas com a garganta perfurada, deitada sobre o colo dos dois amigos, apenas esperando seu fim. Manny Charlton, ex-guitarrista do Nazareth, banda que na época fazia turnê junto ao Lynyrd Skynyrd, declarou: "Por pouco não fizemos parte dos passageiros daquele avião que caiu. 'Venham conosco, vamos fazer uma festa, um churrasco etc', e nós respondemos 'não, não podemos ir, temos compromissos a cumprir', pois havíamos agendado um show durante aquele intervalo, daí dissemos que teríamos que deixar para uma próxima oportunidade. Por Deus, poderíamos estar nele, saca? Estivemos bem próximo disto. Se tivéssemos tirado um dia de folga estaríamos lá. Muito assustador pensar nisto !"
Menos de 10 anos depois, precisamente em 31 de dezembro de 1985, Rick Nelson, compositor e cantor com influências da folk music e rockbabilly, junto com sua mulher, Helen, e seu amigo, Andrew Chapin (que tinha realizado trabalhos há pouco tempo com Steppenwolf), morreram em um acidente de avião no Texas. O motivo do acidente supostamente teria sido a tentativa falha de Rick de acender um cigarro de maconha com cocaína (“freebase”) enquanto pilotava o avião. Assim morreu mais um ídolo, aos 45 anos de idade.
É no mesmo Texas que, 5 anos depois, nasce o nosso próximo finado astro. O virtuoso, imortal gênio das guitarras, Stevie Ray Vaughan, faleceu, não de avião, mas em um helicóptero, a 27 de Agosto de 1990, com 37 anos de idade. SRV estava a caminho de mais uma de suas fantásticas apresentações, com Robert Cray, Buddy Guy, seu irmão, Jimmie, e nada mais nada menos que Eric Clapton, amicíssimo de Stevie. Clapton também estaria no vôo, porém o destino levou apenas Stevie, e a equipe de Clapton. O céu estava nublado, e havia uma forte névoa, que já chorava pelo que estava por vir. Não houve sobreviventes no vôo.
Uma das mais tristes perdas para o nosso país, hei de afirmar sem dúvidas, foi a morte dos Mamonas Assasinas, a banda dos meninos de Guarulhos, que estavam no auge máximo de sua carreira, com as divertidas letras, que agradavam o país inteiro. Não havia ninguém que não soubesse cantar a empolgante “Pelados em Santos”, ou ainda a clássica "Sabão Crá-Crá" . E foi na serra da Cantareira que os garotos com um futuro promissor morreram. Não houve nenhum sobrevivente. O Brasil chorou na época, instituiu-se luto nacional, 1 minuto de silêncio nos jogos de futebol, e todas as dignas homenagens que poderiam ser dadas aos músicos.
Enfim, como sói no curso da história, os bons vão sendo derrubados pelo caminho, e sobram outros. Talvez Travis não seja o maior músico que sofreu um acidente de avião, mas ele sobreviveu, o que já é muito. Lamentemos, então, pelos que caíram, neste último acidente e em todos os outros, e relembremos a música desses gênios vitimados que, após explodirem no ar, viram sua arte ecoar pelo espaço, infinitamente presente.
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Um comentário:
estive pensando sobre esses acidentes aéreos há pouco tempo, acho que tambem 'motivada' pelo acidente do Travis.
assustei quando li o post, por ter pensado em algo parecido, também ._.
e bom...acho que você gostaria de saber que está se saindo bem, muito bem :D
miss ya, guy
;*
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