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SCIENZA NUOVA
Ai!, Musa, não mais dá aos poetas tua Graça,
Desde o tempo dos deuses e dos heróis,
Que conquanto estivessem aqui cantavam,
Espalhando pelo pó o brilho de suas vozes.
O mero estalar da língua do aedo
Bastava ao povo para parar e ouvir,
Em silêncio, a rapsódia inspirada por ti,
Musa, que se enlaçava nos braços dele.
O homem nobre, em vigília, erguia os olhos,
E vendo a luz via-te, a bela forma de todas as palavras,
E sua língua era desatada, e a canção fluía de seus lábios,
Como o vento sopra nas oliveiras e os pássaros nos bosques.
O tempo, porém, esse senhor a quem até ti deve obediência,
Faz marchar a história, e os Deuses e Heróis ficam para trás,
E já não te apaixonas mais por aqueles que cantam.
Dão-te presentes os mais belos, em busca de seu amor,
Mas só o que fazes é tornar a cabeça, indiferente,
Desdenhosa daqueles artifícios e das belezas dos Homens.
Prosto-me agora diante de ti, pois, Musa,
Oferecendo meu coração e minha alma em sacrifício,
Esperançoso de que assim possa tirar-te dessa tua indiferença.
Servistes aos Deuses, servistes aos Heróis, mas não queres servir
Aos Homens. Se não aceitardes os presentes que ofereço,
Restar-nos-á o Fim, e somente isso: a Estrada de um novo recomeço,
A chance de trazer de volta os Deuses, para que enfim derreta
Teu coração, e a Canção volte a se espalhar pelo Mundo,
Ainda que o Mundo seja consumido pelo Fogo e pela Dor.
Pois então: Ricorso! E assim nós vamos! Que assim seja.
*
(contém easter-eggs.)
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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
A Série - S01E02
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O pançudo do Madusky chegou atrasado outra vez. Estávamos eu, John B. e o Charlie da iluminação conversando sobre o cenário. John disse que tinha avisado o Madusky sobre a reunião, ele disse que sim. Mas a porra do pançudo não pode chegar no horário nem uma vez. Ele tem uma necessidade quase psicótica de aparecer quando todo mundo já perdeu a paciência, com a cara gorda inchada debaixo daquela barba espessa, com os cabelos oleosos desgrenhados, com as olheiras e os olhos apertados escondidos atrás de um wayfarer preto enorme.
Maldito. Ele está sempre com a mesma roupa. Uma calça jeans preta tão apertada que quase divide as suas bolas, estilo pata-de-camelo masculina. Uma camisa preta larga por cima da pança. E cobrindo tudo um sobretudo preto de couro ou de alguma outra coisa com ar de velho. Ele chega com as mãos nos bolsos e aquele passo arrastado, a cara insondável de paisagem, de quem faz um esforço imenso pra evitar qualquer expressão. Eu interpelo ele tentando tirar alguma nem que seja falsa justificativa por aquele atraso mas ele não diz nada, só fica me “olhando”, me encarando com as lentes pretas dos óculos. O John fica visivelmente constrangido, contorcendo os músculos do rosto em expressões estranhas, mas não diz nada. Como se nada tivesse acontecido, o Madusky fala:
- O John me falou que você tinha tido algumas idéia para o cenário. É isso?
Respiro fundo pra não voar pra cima dele e tento ser profissional, organizando na cabeça o que eu tinha pra falar antes de realmente começar a falar qualquer coisa.
- É, é isso. Eu vi aqui... no roteiro do episódio piloto as indicações de cenário e... fiz um resumo dos lugares em que a história se passa.
Ele não reage, fica parado, sem expressão, me “olhando”. Maldito, maldito. Eu continuo.
- Acho interessante isso pra gente poder otimizar a utilização dos cenários. Como esse episódio é principalmente urbano e passado nas ruas, à noite, só controlando a iluminação e reaproveitando algumas coisas que a gente já tem no estúdio dá pra economizar muito...
Agora ele fala.
- OK, isso não é comigo. Os produtores é que vão te dizer sobre recursos disponíveis, e aí você pensa no que fazer com eles, é o seu trabalho. Mas eu e o John queremos fazer esse episódio homenageando o cinema noir, então acho bom ter cenários referenciais, que remetam facilmente a esse universo sem que a gente tenha de forçar muito o estilo. Becos, ruas decadentes, você sabe.
E aconteceu de novo... ele mudou de assunto e escolheu pra falar qualquer coisa que tivesse na cabeça, desprezando completamente o que os outros, o que eu tinha falado como coisas sem importância, que não tinham nada a ver com ele. Eu quase mordo a língua eu respiro bem forte como eu queria quebrar a daquele safado eu digo entre os dentes
“Certo”
e ele se vai, acenando com a cabeça para o John, sem nem falar nada comigo ou com o Charlie, ainda naquele passo arrastado, ainda com as mãos nos bolsos, o rabo do sobretudo e o cabelo indo pra lá e pra cá à medida que ele anda naquele ritmo inconstante, balançando a bunda, tão típico dele.
Maldito.
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O pançudo do Madusky chegou atrasado outra vez. Estávamos eu, John B. e o Charlie da iluminação conversando sobre o cenário. John disse que tinha avisado o Madusky sobre a reunião, ele disse que sim. Mas a porra do pançudo não pode chegar no horário nem uma vez. Ele tem uma necessidade quase psicótica de aparecer quando todo mundo já perdeu a paciência, com a cara gorda inchada debaixo daquela barba espessa, com os cabelos oleosos desgrenhados, com as olheiras e os olhos apertados escondidos atrás de um wayfarer preto enorme.
Maldito. Ele está sempre com a mesma roupa. Uma calça jeans preta tão apertada que quase divide as suas bolas, estilo pata-de-camelo masculina. Uma camisa preta larga por cima da pança. E cobrindo tudo um sobretudo preto de couro ou de alguma outra coisa com ar de velho. Ele chega com as mãos nos bolsos e aquele passo arrastado, a cara insondável de paisagem, de quem faz um esforço imenso pra evitar qualquer expressão. Eu interpelo ele tentando tirar alguma nem que seja falsa justificativa por aquele atraso mas ele não diz nada, só fica me “olhando”, me encarando com as lentes pretas dos óculos. O John fica visivelmente constrangido, contorcendo os músculos do rosto em expressões estranhas, mas não diz nada. Como se nada tivesse acontecido, o Madusky fala:
- O John me falou que você tinha tido algumas idéia para o cenário. É isso?
Respiro fundo pra não voar pra cima dele e tento ser profissional, organizando na cabeça o que eu tinha pra falar antes de realmente começar a falar qualquer coisa.
- É, é isso. Eu vi aqui... no roteiro do episódio piloto as indicações de cenário e... fiz um resumo dos lugares em que a história se passa.
Ele não reage, fica parado, sem expressão, me “olhando”. Maldito, maldito. Eu continuo.
- Acho interessante isso pra gente poder otimizar a utilização dos cenários. Como esse episódio é principalmente urbano e passado nas ruas, à noite, só controlando a iluminação e reaproveitando algumas coisas que a gente já tem no estúdio dá pra economizar muito...
Agora ele fala.
- OK, isso não é comigo. Os produtores é que vão te dizer sobre recursos disponíveis, e aí você pensa no que fazer com eles, é o seu trabalho. Mas eu e o John queremos fazer esse episódio homenageando o cinema noir, então acho bom ter cenários referenciais, que remetam facilmente a esse universo sem que a gente tenha de forçar muito o estilo. Becos, ruas decadentes, você sabe.
E aconteceu de novo... ele mudou de assunto e escolheu pra falar qualquer coisa que tivesse na cabeça, desprezando completamente o que os outros, o que eu tinha falado como coisas sem importância, que não tinham nada a ver com ele. Eu quase mordo a língua eu respiro bem forte como eu queria quebrar a daquele safado eu digo entre os dentes
“Certo”
e ele se vai, acenando com a cabeça para o John, sem nem falar nada comigo ou com o Charlie, ainda naquele passo arrastado, ainda com as mãos nos bolsos, o rabo do sobretudo e o cabelo indo pra lá e pra cá à medida que ele anda naquele ritmo inconstante, balançando a bunda, tão típico dele.
Maldito.
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Todo Dia, XV - Poesia
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DOIS POEMAS SOBRE NOSSA PEQUENEZ
Lembra-te de que és pó,
Lembra-te.
Lembra-te do sofrimento,
Lembra-te.
Lembra-te da hora das dores,
Em que perdeste tudo aquilo que amavas,
E não pudeste encontrar um nada além
Para te apoiar.
Lembra-te das lágrimas,
Lembra-te da finitude,
Do tempo que passa,
Da efemeridade de qualquer coisa,
Do aquecimento global,
Das tiranias,
Das tragédias,
Dos massacres,
Da crueldade e do mal nascidos em corações simples,
De todo o sangue derramado,
Lembra-te.
Agora, que já te encolhestes,
Sentindo no estômago
A angústia e a dor,
Ergue os ombros,
Gira o pescoço,
Levanta os olhos,
Vê o sol,
E esquece-te de tudo.
*
Levanta a cabeça,
Supera a tua insignificância,
E diz ao mundo:
“Eu sou.”
De que mais precisaria?
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DOIS POEMAS SOBRE NOSSA PEQUENEZ
Lembra-te de que és pó,
Lembra-te.
Lembra-te do sofrimento,
Lembra-te.
Lembra-te da hora das dores,
Em que perdeste tudo aquilo que amavas,
E não pudeste encontrar um nada além
Para te apoiar.
Lembra-te das lágrimas,
Lembra-te da finitude,
Do tempo que passa,
Da efemeridade de qualquer coisa,
Do aquecimento global,
Das tiranias,
Das tragédias,
Dos massacres,
Da crueldade e do mal nascidos em corações simples,
De todo o sangue derramado,
Lembra-te.
Agora, que já te encolhestes,
Sentindo no estômago
A angústia e a dor,
Ergue os ombros,
Gira o pescoço,
Levanta os olhos,
Vê o sol,
E esquece-te de tudo.
*
Levanta a cabeça,
Supera a tua insignificância,
E diz ao mundo:
“Eu sou.”
De que mais precisaria?
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Amortescimento: 100 melhores filmes - Estatísticas
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Deu um trabalhinho razoável a montagem desse ranking de 100 filmes preferidos. Em primeiro lugar pela dificuldade de escolher os 100 filmes, em segundo lugar a dificuldade ainda maior (na verdade quase impossível para quem não usa um sistema de pontuação) de colocar esses filmes em ordem de preferência. E daí pra frente as dificuldades práticas de achar imagens dos filmes, criar pequenos banners com elas, copiar informações como ano de lançamento do filme, título original, e assim por diante.
Mas no fim, acabou sendo muito divertido. E mais divertido ainda é analisar as estatísticas do filmes e tentar tirar alguma coisa delas.
Vamos começar pelo começo.
O diretor que mais aparece no ranking é Andrei Tarkovsky, com 5 filmes citados - e que de fato é meu diretor predileto. Depois vem Francis Ford Coppola, com 4 filmes, inclusive o primeiro colocado. Com 3 filmes citados, há diretores que eu gosto muito também: Chaplin, Lynch e Kubrick. Em seguida, vêm os diretos com 2 filmes: Kiarostami, Kurosawa, Hitchcock, Antonioni, Buster Keaton, Fellini, Bergman, Godard, John Ford, Scorsese, Tarantino, Aldrich, Herzog e Woody Allen. Os demais aparecem com somente um filme cada. Quatro filmes foram dirigidos por mais de um diretor: O Rei Leão (Roger Allers e Rob Minkoff), Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (Terry Jones e Terry Gilliam), A General (cujos créditos de direção Keaton, humilde, compartilhou com Clyde Bruckman) e, num certo sentido, A Bela Adormecida, já que Clyde Geronimi era na verdade supervisor do filme, e não propriamente diretor - pelo menos não da maneira que Hayao Miyazaki, por exemplo, é diretor.
Ainda na seara da direção, temos um dado também interessante: a nacionalidade dos diretores, que tomei pela dos filmes, para facilitar, já que muitos filmes tem produção internacional e muitos diretores fazem filmes fora de casa. Nesse campo, o cinema americano reina supremo, visto que 39 dos filmes do ranking foram dirigidos por diretores dos EUA. Em seguida vêm os diretores ingleses, com 13 filmes, os franceses, com 10, os italianos, com 9, e os soviéticos (ah, como eu adoro o cinema russo!), com 8 filmes. Diretores alemães e japoneses dirigiram 3 filmes cada. Brasileiros, poloneses, suecos (na verdade Bergman) e iranianos (na verdade Kiarostami), 2 filmes. Além destes, os seguintes países são a terra pátria de diretores da lista, cada um com um: Dinamarca, Espanha, Hungria, Nova Zelândia, China, Tailândia e Malásia.
Para responder à clássica pergunta "Qual a melhor década do cinema?", recorramos também à estatística. No meu caso, há uma disputa acirrada entre as décadas de 60 e 70, esta com 21 e aquela com 22 filmes na lista. Depois vem a década de 80, com 16 filmes, a de 50, com 11, os anos 2000, com 10, os anos 30 e 90 empatados com 6 filmes cada, os anos 20 com 4, os 40 com 3 e até os anos 10 aparecem, com Intolerância, solitário, como representante. Só os anos 1900 e o período entre 1895 - o nascimento do cinema - e 1900 ficaram de fora.
Mais especificamente, é curioso também observar os anos que mais filmes cederam à lista, ou seja, aqueles em que mais filmes da lista foram lançados. Por razões obscuras, que nem tentar explicar eu vou, 1962 é o ano com mais filmes da lista, 5, seguido de 1966, 1974, 1980 e 2003, com 4 filmes cada, e 1965, 1968, 1975, 1979, 1985 e 1994, com 3 filmes cada um. Os anos com 2 ou menos filmes eu nem me dei ao trabalho de contar.
Falando sobre gêneros, há 3 animações na lista, 5 faroestes, 10 filmes de guerra (sendo 4 sobre a Segunda Guerra), 5 filmes noir, 8 ficções-científicas e até mesmo 1 filme de tribunal. Esse é um campo ao qual preciso dar mais atenção, já que um mesmo filmes pode ter vários gêneros, e mesmo a palavra gênero pode ter várias acepções.
Outras curiosidades:
- Há 19 filmes na lista cujo título original é rigorosamente o mesmo que o nacional (ou seja, sem tradução ou necessidade de tradução): Donnie Darko, Waterloo, Amadeus, MASH, Chinatown, Akira, Kill Bill, Vol. 1, Stalker, Ran, Sherlock Jr., Eraserhead, Star Wars, Manhattan, Taxi Driver, Persona, La Jetée, Atlantic City, Andrei Rublev e Apocalypse Now; além de filmes cuja única mudança foi receber ou perder subtítulos, como Pulp Fiction, Blade Runner e Alphaville.
- Têm também aquelas traduções esdruxúlas, tipo transformar Dr. Strangelove em Dr. Fantástico ou Pierrot le fou no Demônio das Onze Horas (esse é o caso mais misterioso, herdado do título italiano do filme).
- O menor filme é o curta La Jetée, de 28 minutos, e os maiores são O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, Andrei Rublev, O Poderoso Chefão: Parte 2 e Os Sete Samurais, todos com cerca de 200 minutos. Não dá pra ter certeza da metragem destes pois todos eles têm mais de uma versão. Se considerarmos as versões com a maior metragem, a versão extendida de O Retorno do Rei ganha de lavada, com seus 250 minutos.
Bom, o que eu consegui analisar foi isso. Se alguém tiver uma outra idéia, fique à vontade para sugerir ou - larga de ser preguiçoso! - analisar por conta própria.
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Deu um trabalhinho razoável a montagem desse ranking de 100 filmes preferidos. Em primeiro lugar pela dificuldade de escolher os 100 filmes, em segundo lugar a dificuldade ainda maior (na verdade quase impossível para quem não usa um sistema de pontuação) de colocar esses filmes em ordem de preferência. E daí pra frente as dificuldades práticas de achar imagens dos filmes, criar pequenos banners com elas, copiar informações como ano de lançamento do filme, título original, e assim por diante.
Mas no fim, acabou sendo muito divertido. E mais divertido ainda é analisar as estatísticas do filmes e tentar tirar alguma coisa delas.
Vamos começar pelo começo.
O diretor que mais aparece no ranking é Andrei Tarkovsky, com 5 filmes citados - e que de fato é meu diretor predileto. Depois vem Francis Ford Coppola, com 4 filmes, inclusive o primeiro colocado. Com 3 filmes citados, há diretores que eu gosto muito também: Chaplin, Lynch e Kubrick. Em seguida, vêm os diretos com 2 filmes: Kiarostami, Kurosawa, Hitchcock, Antonioni, Buster Keaton, Fellini, Bergman, Godard, John Ford, Scorsese, Tarantino, Aldrich, Herzog e Woody Allen. Os demais aparecem com somente um filme cada. Quatro filmes foram dirigidos por mais de um diretor: O Rei Leão (Roger Allers e Rob Minkoff), Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (Terry Jones e Terry Gilliam), A General (cujos créditos de direção Keaton, humilde, compartilhou com Clyde Bruckman) e, num certo sentido, A Bela Adormecida, já que Clyde Geronimi era na verdade supervisor do filme, e não propriamente diretor - pelo menos não da maneira que Hayao Miyazaki, por exemplo, é diretor.
Ainda na seara da direção, temos um dado também interessante: a nacionalidade dos diretores, que tomei pela dos filmes, para facilitar, já que muitos filmes tem produção internacional e muitos diretores fazem filmes fora de casa. Nesse campo, o cinema americano reina supremo, visto que 39 dos filmes do ranking foram dirigidos por diretores dos EUA. Em seguida vêm os diretores ingleses, com 13 filmes, os franceses, com 10, os italianos, com 9, e os soviéticos (ah, como eu adoro o cinema russo!), com 8 filmes. Diretores alemães e japoneses dirigiram 3 filmes cada. Brasileiros, poloneses, suecos (na verdade Bergman) e iranianos (na verdade Kiarostami), 2 filmes. Além destes, os seguintes países são a terra pátria de diretores da lista, cada um com um: Dinamarca, Espanha, Hungria, Nova Zelândia, China, Tailândia e Malásia.
Para responder à clássica pergunta "Qual a melhor década do cinema?", recorramos também à estatística. No meu caso, há uma disputa acirrada entre as décadas de 60 e 70, esta com 21 e aquela com 22 filmes na lista. Depois vem a década de 80, com 16 filmes, a de 50, com 11, os anos 2000, com 10, os anos 30 e 90 empatados com 6 filmes cada, os anos 20 com 4, os 40 com 3 e até os anos 10 aparecem, com Intolerância, solitário, como representante. Só os anos 1900 e o período entre 1895 - o nascimento do cinema - e 1900 ficaram de fora.
Mais especificamente, é curioso também observar os anos que mais filmes cederam à lista, ou seja, aqueles em que mais filmes da lista foram lançados. Por razões obscuras, que nem tentar explicar eu vou, 1962 é o ano com mais filmes da lista, 5, seguido de 1966, 1974, 1980 e 2003, com 4 filmes cada, e 1965, 1968, 1975, 1979, 1985 e 1994, com 3 filmes cada um. Os anos com 2 ou menos filmes eu nem me dei ao trabalho de contar.
Falando sobre gêneros, há 3 animações na lista, 5 faroestes, 10 filmes de guerra (sendo 4 sobre a Segunda Guerra), 5 filmes noir, 8 ficções-científicas e até mesmo 1 filme de tribunal. Esse é um campo ao qual preciso dar mais atenção, já que um mesmo filmes pode ter vários gêneros, e mesmo a palavra gênero pode ter várias acepções.
Outras curiosidades:
- Há 19 filmes na lista cujo título original é rigorosamente o mesmo que o nacional (ou seja, sem tradução ou necessidade de tradução): Donnie Darko, Waterloo, Amadeus, MASH, Chinatown, Akira, Kill Bill, Vol. 1, Stalker, Ran, Sherlock Jr., Eraserhead, Star Wars, Manhattan, Taxi Driver, Persona, La Jetée, Atlantic City, Andrei Rublev e Apocalypse Now; além de filmes cuja única mudança foi receber ou perder subtítulos, como Pulp Fiction, Blade Runner e Alphaville.
- Têm também aquelas traduções esdruxúlas, tipo transformar Dr. Strangelove em Dr. Fantástico ou Pierrot le fou no Demônio das Onze Horas (esse é o caso mais misterioso, herdado do título italiano do filme).
- O menor filme é o curta La Jetée, de 28 minutos, e os maiores são O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, Andrei Rublev, O Poderoso Chefão: Parte 2 e Os Sete Samurais, todos com cerca de 200 minutos. Não dá pra ter certeza da metragem destes pois todos eles têm mais de uma versão. Se considerarmos as versões com a maior metragem, a versão extendida de O Retorno do Rei ganha de lavada, com seus 250 minutos.
Bom, o que eu consegui analisar foi isso. Se alguém tiver uma outra idéia, fique à vontade para sugerir ou - larga de ser preguiçoso! - analisar por conta própria.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Amortescimento: 100 melhores filmes
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Como eu já havia falado segunda, eis aqui a minha lista dos meus 100 filmes preferidos. Reitero o meus, já que de de forma alguma eu teria a pretensão de apontar os 100 maiores filmes de todos os tempos ou algo do tipo. O que vem abaixo são simplesmente os filmes de que eu mais gosto, dos diretores com quem eu mais me identifico, dos gêneros que eu mais tenho prazer de assistir, e assim por diante.
Espero que, se for servir para alguma coisa, essa lista sirva para apresentar filmes desconhecidos a quem a ler, e principalmente que instigue o amor pelo cinema em todos que botarem os olhos nela -porquanto salte aos olhos o número de filmes "sobre cinema" que estão nessa lista, indicando a mentalidade "O cinema é lindo e eu o amo" do autor.
Sexta-feira vou postar as estatísticas da lista (link no final): quais diretores mais aparecem, que anos tem mais filmes preferidos meus, os gêneros predominantes, and so on.
Só lembrando, pela decência: o layout dessa lista foi inspirada por uma lista semelhante do blog Filmes do Chico.
Agora vai:
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Como eu já havia falado segunda, eis aqui a minha lista dos meus 100 filmes preferidos. Reitero o meus, já que de de forma alguma eu teria a pretensão de apontar os 100 maiores filmes de todos os tempos ou algo do tipo. O que vem abaixo são simplesmente os filmes de que eu mais gosto, dos diretores com quem eu mais me identifico, dos gêneros que eu mais tenho prazer de assistir, e assim por diante.
Espero que, se for servir para alguma coisa, essa lista sirva para apresentar filmes desconhecidos a quem a ler, e principalmente que instigue o amor pelo cinema em todos que botarem os olhos nela -porquanto salte aos olhos o número de filmes "sobre cinema" que estão nessa lista, indicando a mentalidade "O cinema é lindo e eu o amo" do autor.
Sexta-feira vou postar as estatísticas da lista (link no final): quais diretores mais aparecem, que anos tem mais filmes preferidos meus, os gêneros predominantes, and so on.
Só lembrando, pela decência: o layout dessa lista foi inspirada por uma lista semelhante do blog Filmes do Chico.
Agora vai:
Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
Monty Python and the Holy Grail
Terry Jones e Terry Gilliam, 1975
Monty Python and the Holy Grail
Terry Jones e Terry Gilliam, 1975
Agonia e Glória
The Big Red One
Samuel Fuller, 1980
The Big Red One
Samuel Fuller, 1980
A Infância de Ivan
Ivanovo Detstvo
Andrei Tarkovsky, 1962
Ivanovo Detstvo
Andrei Tarkovsky, 1962
Dr. Fantástico
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb
Stanley Kubrick, 1964
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb
Stanley Kubrick, 1964
O Terceiro Homem
The Third Man
Carol Reed, 1949
The Third Man
Carol Reed, 1949
63
O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
The Lord of the Rings: The Return of the King
Peter Jackson, 2003
O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
The Lord of the Rings: The Return of the King
Peter Jackson, 2003
74
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Michel Gondry, 2004
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
Eternal Sunshine of the Spotless Mind
Michel Gondry, 2004
O Enigma do Outro Mundo
The Thing
John Carpenter, 1982
The Thing
John Carpenter, 1982
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