sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Trechos

Por algum motivo obscuro, resolvi postar trechos de duas de minhas cruzadas literárias. A primeira, seminal ainda, verá revelado seu primeiro trecho, do primeiro capítulo. Pretende ser um romance, meu primeiro, e espero que seja mesmo. O tempo julgará:

"Ele disse: vem, ah, vamos lá sim foi o que ele disse. Era uma vez e de repente puff um lugar curo e esquente e eu lá sentindo. Porque se fosse mesmo kupish e lalalá, rabinho ficando pra lá fora enquanto meio eu vai se espremendo pra caber na outra metade. Aí eu não sei por que deveria ser diferente e eu não vi isso. Só lembro do era uma vez: de repente puff e eu estando lá naquele lugar escuro e quente. Eu não sabia que era escuro ou quente, nem sabia, mas se soubesse pensaria 'que diabos' e isso seria uma coisa muito feia a se pensar logo assim, no início. Se bem que, no Início, alguém pensou logo 'que diabo!' e é por isso que as pessoas hoje são más, más mesmo. E ele dizia: fique aqui! ou então: venha cá! mas eu estava crescendo e de repente pude abrir os olhos e ver. E tinha uma grande coisa vermelha que me deixava feliz e quando eu dormia sonhava com um homem com um nariz grande que falava comigo e eu ouvia a voz de uma mulher chamada Mamãe. Mas eu fiquei com medo e acho que você deveria entender porque eu vivia ali e ele disse depois tudo ia ser diferente. Mas acabei descobrindo que morrer pode ser nascer e nem sempre as coisas são assim ao pé da letra. No fim que na verdade era começo me tiraram do escuro-e-quente e daí veio um clarão muito grande e eu abri os olhos e eu abri a boca e eu gritei e chorei mas era de alegria e felicidade porque ele me disse boa sorte a partir de agora é com você. Então eu olhei para a mulher chamada Mamãe e respirei e olhei para o homem de nariz grande e sorri. Mas vi que ele estava indo embora e me deixando sozinho e eu tinha que dizer adeus. E eu disse levantei minha mão e cinco dedos e disse adeus. adeus."

O nome deste nascente romance? Amortescimento. =D

Agora, trechos aleatórios da minha Pequenestória di Lovi, essa sim, conclusa e vai muito bem, obrigado:

"Ecos se estendia à nossa frente, ressoando, vertendo, voando, revolvendo, caminhando, cavalgando, correndo, seguindo, subindo, sumindo, sendo. E em frente fomos, ascendendo, descendendo, adentrando a Cidade Cidade, a mais indescritível, e quando isto digo não falo de forma vazia, das coisas que existem. Naquela Cidade cercada por muralhas, estava contido o Universo, eles em sua infinitude. Suas ruas-rios espiralavam, esquinavam, labirintavam, sendo e não fios de uma malha, sendo e não afluentes de água alguma, sendo e não os todos os caminhos. Era a última fronteira e posto de observação do Oceano de Além Mar. Um farol de Caos e Ordem. Uma fonte de Águas e Atos. A voragem das Coisas. Por si, caminhavam histórias e fatos, momentos, momentantes e não-momentos imaginados e impossíveis, cantando na eternidade a sinfonia dissonante da existência. Ecos era, foi e será sempre a maior de todas as coisas, o centro de todas as cidades, os prelúdios e epílogos. Coisas. Cidades. Começos."

"Tokaromar se extendere por variados espaços nenseada dium continenti qualquer. Os passos sobráguas em substância cascateiam, em entre baixágua e nágua. Espadim recortando a marlha seânica, é carnilagem, mertall, ouque. Orichalkos brota, parece lava, que lava. Lavulcânico martal. Onomartopéias como quando se gota na grota. Palmars: Clap-clapsidra gotejando o tempo. Fishstórias começaram então a pulular, nadandando. Nihilhas brotavam, margicas, pheitas dorichalko, polvilhadas de peixestórias. Seano distórias: Luziadhas navegantes nantes navegados. Maris infindo: Ó histórias! Submerjam, revoltem! Navegandamos, somos proa-y-popa; este e bom bordo. Shegamos em: Rodamunho, rodamoinho, roda-mundo: roda no mar."

"
Tocando o solo negro, que se erguia padecente, atravessandamos pela muralha invisível da insânia e O avistamos. Descreve-se a visão dos medos e loucuras, dos pesadelos e realidades, das profecias e fatos que se viram, ali naquele instante: de sua boca brotava a noite, enveredando por caminhos mímicos de aparições e sonhos maus. Lapsos de luz fantasmagórica, envoltas em neblinas terríveis. Os pesadelos vertentes assumindo feições de treva transmutavam o ar inexistente em ódio e pestilência. Olhos faiscantes denunciando abismos afundantes na lama. Do fim dos tempos, imagens desconjuntadas. Um avomem, agrilhoado a um grande pau, vomitando visões proféticas, de horror, desolação e hidrofobia. O cavalo esqueletal, mesmo dos olhos poços profundos profanos de gigantes, agonizava em meio a uma multidão. Uma revoada de lâminas encobria a luz do crepúsculo, fazendo chover sangue de suas bocas assassinas. Carcaças crucificadas decompunham-se, preenchendo de cinzas o chão e os corpos desvivos. Quatre. Primeiro cinal: vem sinzas do séu. Cegundo sinal: flores desdesabrocham e morrem. Terceiro signal: o solo se abre, e soa uma música terrível, que abala Nortesul Lesteoeste. Quarto sinal: Ele, que vem."

Chega! Espero que tenha dado a alguns de vocês vontade de ler tais obras, hmm, integralmente. Ah! E comentem, pelos céus, comentem!

Gradicido.

Um comentário:

Sib disse...

gostei de ler o amortescimento.
é como um fluxo de pensamentos
muito interessante, divertido e confuso.