segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

As melhores parcerias entre Ator e Diretor

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O cinema, mais do que qualquer outra, é uma arte coletiva. Até é possível fazer um filme sozinho, mas seria algo bem difícil, e com certeza experimental. Por isso, as parcerias nesse meio são inúmeras, entre diretores e roteiristas, roteiristas e atores, produtores e diretores ou roteiristas ou atores, diretores e atores... como essa última é a face mais visível das parcerias, me aterei a ela. As colaborações entre um diretor visionário e um ator expressivo são essenciais: às vezes o diretor precisa de um ator capaz de comunicar certas idéias e sentimentos; às vezes o ator precisa de um diretor que lhe proporcione um veículo artisticamente significativo.

Para essa lista, adotei como critério meramente os filmes que os diretores e atores fizeram juntos: analisar o quanto a parceria foi significativa para o filme, o quanto um ajudou o outro, etc. seria mais difícil, talvez até impossível de mensurar. Assim, fiquemos com o critério de quão fértil a parceria foi em obras-primas da sétima arte.

1. Akira Kurosawa e Toshiro Mifune: O maior ator japonês se uniu ao melhor diretor japonês e ambos construíram uma obra imensa. Muitos dos melhores filmes de Kurosawa contam com a presença de Mifune, cujas atuações vagueiam sempre entre o sublime e o inesquecível.

Filmes juntos: 16 – O Anjo Embriagado; A Luta Solitária; Cão Danado; O Escândalo; Rashomon; O Idiota; O Sete Samurais; Trono Manchado de Sangue; Vivo no Medo; Ralé; A Fortaleza Escondida; Homem Mau Dorme Bem; Yojimbo ou O Guarda-Costas; Sanjuro; Céu e Inferno; O Barba Ruiva.

2. John Ford e John Wayne: Talvez a parceira mais icônica da história do cinema, a união dos dois Johns construiu o que se pode chamar de um mito americano no cinema. Se John Ford é o deus do cinema americano, John Wayne é seu avatar, uma imagem que transcende a pessoa, que vira ícone, e fica indelevelmente cravada no imaginário dos EUA – e do mundo.

Filmes juntos: 15 (22) – Rastros de Ódio; No Tempo das Diligências; Depois do Vendaval; O Homem Que Matou o Facínora; Sangue de Heróis; Rio Grande; Legião Invencível; Fomos os Sacrificados; Marcha de Heróis; A Longa Viagem de Volta; O Céu Mandou Alguém; A Conquista do Oeste; Asas de Águias; O Aventureiro do Pacífico; além de outros 7 filmes em que teve participação como extra, não creditada.

3. Ingmar Bergman e Max Von Sydow: Von Sydow é mais conhecido pelo personagem título de O Exorcista, mas foi com Bergman que ele fez seus trabalhos mais significativos, e se tornou respeitável. O semblante do ator expressava perfeitamente os conflitos e emoções que os filmes do diretor precisavam, e por isso ele acabou indissociavelmente ligado a eles.

Filmes juntos: 11O Sétimo Selo; Morangos Silvestres; A Fonte da Donzela; Através de um Espelho; O Rosto; Os Comungantes; A Hora do Amor; No Limiar da Vida; A Paixão de Ana; Vergonha; A Hora do Lobo.

4. Martin Scorsese e Robert De Niro: A parceria mais recente é também uma das melhores. De Niro é o melhor ator de sua geração, e Scorsese encontrou nele o veículo ideal para o seu estilo. De gângster violento a lutador de boxe decadente, De Niro viveu todos os seus papéis com perfeição, e Scorsese engendrou os filmes perfeitos em que De Niro brilhou.

Filmes juntos: 8 – Caminhos Perigosos; Taxi Driver; New York, New York; Touro Indomável; O Rei da Comédia; Os Bons Companheiros; Cabo do Medo; Cassino.

5. François Truffaut e Jean-Pierre Léaud: Um caso especial, a parceria de Truffaut e Léaud se destaca pelo ator ter vivido o alterego do diretor francês em cinco filmes – o chamado ciclo Antoine Doinel. De Os Incompreendidos a Amor em Fuga, Truffaut passou a Jean-Pierre o difícil encargo de interpretar o mesmo personagem várias vezes, e com o agravante desse personagem ser o próprio diretor.

Filmes juntos: 7Os Incompreendidos; Antoine e Colette (segmento de O Amor aos Vinte Anos); Beijos Roubados; Domicílio Conjugal; Amor em Fuga; A Noite Americana; As Duas Inglesas e o Amor.

6. Federico Fellini e Marcello Mastroianni: Mastroianni encarnou Fellini em Oito e Meio e trabalhou em dois dos três melhores filmes do diretor. Embora tenha trabalhado em muitos outros ótimos filmes com diretores ilustres, Marcello nunca alcançou o mesmo brilhantismo que teve ao lado de Federico.

Filmes juntos: 6 A Doce Vida; 8 ½; Roma; Cidade das Mulheres ; Ginger e Fred; Entrevista.

7. Werner Herzog e Klaus Kinski: A mais conturbada das parcerias, esta rendeu até um documentário, Meu Melhor Inimigo, em que Herzog analisa sua relação conturbada com Kinski. A história de que o diretor usou um rifle para impedir Kinski de ir embora das gravações de Fitzcarraldo resume muito bem o que a parceria dos dois foi em termo de amenidades e amizade – embora em termos artísticos a coisa tenha ido muito melhor.

Filmes juntos: 5 – Aguirre, a Cólera dos Deuses; Fitzcarraldo; Nosferatu: O Vampiro da Noite; Cobra Verde; Woyzeck.

8. Alfred Hitchcock e James Stewart: Stewart teve a sorte (ou o talento) de estar em parcerias produtivas com outros dois grandes diretores: Anthony Mann e Frank Capra. Mas foi graças a Hitchcock que ele se tornou mais conhecido, e foi com ele que Hitchcock fez seus melhores filmes, suas obras-primas do suspense.

Filmes juntos: 4Festim Diabólico; Janela Indiscreta; Um Corpo Que Cai; O Homem Que Sabia Demais.
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Um comentário:

Juka disse...

Janela Indiscreta foi o quase filme que mais marcou minha infância - até porque eu não deveria tê-lo assistido em tal momento da minha vida.

Só perdeu pro 'Quero ser John Malkovich'.

Preciso te contar meus comentários sobre 'O Curioso Caso de Benjamin Button'

Só adianto que achei o MÁXIMO eles terem envelhecido os próprios atores de maneira PERFEITA e que achei muito bom o lance da história ser contada com o diário.

Depois falo mais :*