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Para terminar essa série com grandes inícios de livros (meus preferidos), um tesouro nacional. Aproveitando que comemoramos esse ano o centenário do grande Machado de Assis, que este está sendo constantemente lembrado e que amanhã, 9 de Dezembro, estréia a minissérie Capitu, de Luiz Fernando Carvalho, baseada no ilustre Dom Casmurro, o último (ao menos por enquanto) grande início de livro é também o grande início da carreira de romancista genial de Machado.
Embora já tivesse escrito outros romances, eram todos românticos e, no contexto de sua obra, menores. Foi somente com Memórias Póstumas de Brás Cubas que Joaquim Maria alcançou o tom e o estilo que o consagrariam: realista, irônico, metalingüístico, digressivo. Desde o início, o romance já mostra a que veio: é um livro de memórias, mas contado do além-túmulo, e ainda se dá ao luxo de fazer comparações sobre "si próprio" num tom adoravelmente casual.
Para quem acha que o Brasil não foi a pátria de nenhum grande gênio, indispensável.
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Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.”
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Um comentário:
Ótimo livro. Ansioso pra ver se "Capitu" faz jus à qualidade obra em que está inspirada.
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