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A partir de hoje, postarei trechos iniciais de livros (pode ser uma frase, um parágrafo, ou mais) dos quais gosto muito. A idéia é, depois disso, fazer também uma reunião com os melhores desfechos. Os trechos serão postados um por semana, às segundas, sempre com uma informação sobre o livro do qual foi retirado.
Hoje, começamos com o primeiro capítulo (bem curto, por sinal) de Lolita, obra-prima de Vladimir Nabokov, da qual já tratei aqui. Nabokov foi um mestre do estilo, e, mesmo sendo russo, aprendeu o inglês e tornou-se um dos maiores estilistas da língua, estando no mesmo nível de muitos estilistas clássicos e legitimamente ingleses.
Obviamente, e ainda mais com livros muito calcados no estilo, muito se perde na tradução. Contudo, não postarei os trechos originais aqui, para manter a lista mais acessível. Só que é fácil de achar na internet o texto original, então procurem. E nesse caso, especialmente, temos a sorte de contar com um tradutor como Jorio Dauster para Nabokov, um verdadeiro artista da transcriação.
Aproveitem, então, o trecho, e, também peço, procurem ler o romance todo. É espetacular!
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Lolita, de Vladimir Nabokov. Tradução de Jorio Dauster. Parte 1, Capítulo 1:
“Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.
Será que teve uma precursora? Sim, de fato teve. Na verdade, talvez jamais teria existido uma Lolita se, em certo verão, eu não houvesse amado uma menina primordial. Num principado à beira-mar. Quando foi isso? Cerca de tantos anos antes de Lolita haver nascido quantos eu tinha naquele verão. Ninguém melhor que um assassino para exibir um estilo floreado.
Senhoras e senhores membros do júri, o item número um da acusação é aquilo que invejavam os serafins –os desinformados e simplórios serafins de nobres asas. Vejam este emaranhado de espinhos.”
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3 comentários:
este livro é MA-GIS-TRAL.
tuma, preciso te ver! voce parece um fantasma >.<
beijos, queijos e see ya /o/
putz, pode ser da semana que vem? que tem feriado e talz
é porque semana passada foi aniversário das minhas duas avós (!) e esses dois fds eu estou em função disso e da unicamp, que vou prestar treineiro.
aí tá foda :(
mas vamos ver um filme, sei lá (fica a voce decidir qual :P)
:*
Excelente escolha! O começo de Lolita é antológico.
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