quarta-feira, 12 de novembro de 2008
A Roda #4 - Mil perdões
por Lobato Légio
Caríssimos leitores: perdoai-me. Nós, que labutamos na difícil lida da escrita, deveríamos ficar trancafiados de duas a três horas por dia, ao menos, para nos dedicarmos a esse ofício. Tal não acontecendo, ocorre o que ocorreu com a minha coluna - digníssima, prestimosa coluna: eu fiquei sem escrever, e vocês ficaram sem ler. Mas não há drama, tudo isso é fruto de minhas escolhas.
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Morasse eu ainda em minha cabana, teria muito tempo para dedicar-me ao Ofício. Mas me mudei, e aqui estou: vivendo em meio ao caos, buscando os fragmentos de minha própria identidade em meio ao som e à fúria da vida contemporânea, escrevendo como posso, catando os cacos de minhas memórias e influências para oferecer a vocês, e ao dono deste espaço, algo digno de nota.
Tuma disse, semana passada, ser o motivo de minha ausência uma crise existencial. Eu mesmo não seria tão dramático ao me referir àquele conjunto de experiências pelo qual passava então, mas ainda assim achei o termo válido.
Tratou-se, mais apropriadamente, de um período de confusão mental e falta de inspiração - o que, de qualquer forma, para um escritor como eu, seria algo como um crise existencial, daí eu concordar com a denominação dada por Tuma, embora não a reforce -, fruto da fragmentação já citada no início deste texto.
Como vocês talvez não saibam, tenho outras tarefas cá no Brasil além de escrever para este diário-de-rede. Ora, minha mudança para o país é recente, assim como é recente minha iniciação no tipo de serviço ao qual me refiro. Além disso, o clima, os costumes e o silêncio deste lugar são muito diferentes dos que eu me acostumara em minha aldeia.
Por conseguinte, acabei por entrar neste torvelinho, em que toda minha energia criativa era sugada pelo meu trabalho oficial, e tanto minha vida pessoal quanto criativa acabaram por se tornar mortiças. Felizmente, com rapidez recuperei a energia, e por isso posso, hoje, escrever aqui de novo.
Desde já, agradeço a paciência de todos vocês, meus leitores, com esse contratempo. Continuem comigo, que em breve, muito em breve, virão as coisas as quais lhes havia prometido.
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