A música é, sem dúvida, um aspecto importantíssimo no cinema. Alguns cineastas, com motivos específicos, não a usam ou usaram, e ainda acontece de, mesmo em filmes de diretores que utilizam a música, ela não aparecer tanto. Mas, em geral, não há um filme sem música. Mesmo os filmes mudos, quando do advento do som, tiveram trilhas sendo compostas para eles. Ou até antes disso, como por exemplo no caso de Um Homem Com Uma Câmera, em que a música foi composta pelo diretor mas só chegou a ser executada junto ao filme muito tempo depois. Para alguns diretores, a música tem grande importância, e há aqueles que a utilizam com maior propriedade, o que os leva a se envolverem mais intensamente na criação musical. Muitos, porém, deixam a parte criativa da musicalidade de um filme na mão dos compositores, dando somente indicações e depois avaliando o resultado. E alguns desses compositores podem ser chamados de verdadeiros gênios. Falarei sobre alguns deles abaixo, sem ordem de preferência, mas sempre com enorme admiração.
John Williams: Uma verdadeira lenda, em verdade uma espécie de irracionalidade, dada sua capacidade de criar temas absolutamente inesquecíveis. Foi indicado 45 vezes (!) ao Oscar e ganhou 5, mas isso perde importância quando se começa a numerar a lista de temas e trabalhos que ele realizou: Star Wars, Indiana Jones, E.T., Jurassic Park, Superman, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Tubarão...
Ennio Morricone: Compôs a trilha sonora de mais de 500 filmes, entre eles Cinema Paradiso, e ganhou em 2007 um Oscar honorário em reconhecimento ao seu trabalho. O que se sobressai, contudo, em sua carreira, são as trilhas que compôs para os western spaghetti de Sergio Leone, em especial duas: A de Três Homens em Conflito, ou O Bom, o Mau e o Feio, em que ele criou o tema definitivo do faroeste (confira aqui, e saiba do que eu estou falando), e a de Era uma vez no Oeste, em que ele, como numa ópera, criou para cada personagem um leitmotif, de modo que podemos identificar a presença de cada personagem antes mesmo de ele aparecer, gerando um suspense e um tensão quase insuportáveis.
Nino Rota: Um dos maiores compositores de trilhas sonoras, Rota é especialmente valoroso por ter trabalhado com alguns dos maiores cineastas italianos. Seu trabalho mais conhecido, que já seria suficiente para colocá-lo entre os maiores, é o antológico O Poderoso Chefão, mas ele possui conteúdo suficiente para ir muito mais além. Com Federico Fellini, compôs a música de 8 e 1/2, A Doce Vida, Amarcord, entre outros. Com Luchino Visconti, fez O Leopardo e Rocco e Seus Irmãos, e com Franco Zeffirelli, compôs a trilha de Romeu e Julieta e de Sonho de uma Noite de Verão.
Vangelis: Evángelos Odysséas Papathanassíu, mais conhecido como Vangelis, passeia largamente por outras searas que não a de composição de trilhas sonoras. Entretanto, suas composições são tão marcantes que ele merece este lugar aqui. A mais importante, é claro, é o tema do filme Carruagens de Fogo, que, após vir a lume, ganhou o mundo como tema oficial dos maratonistas e hoje é reconhecido por praticamente qualquer ser humano no universo. Seu outro trabalho mais importante é a trilha sonora de Blade Runner, um trabalho pesado e melancólico, mas arrebatador, de uma beleza impressionante.
Bill Conti: O maestro, que freqüentemente comanda a orquestra na cerimônia do Oscar, tem um trabalho respeitável na composição de trilhas sonoras. Contudo, eles está aqui por um único e simples motivo. Um único e simples motivo que inspirou já milhares, talvez milhões de pessoas a se superarem. Um único e simples motivo que tem a capacidade de grudar na mente das pessoas e de lá não sair nunca mais. Um único e simples motivo chamado Gonna Fly Now, o tema de Rocky, um lutador.
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